MISTÉRIOS
No século XVI falou um filósofo.
Seu nome, William Shakespeare.
“Há mais mistérios entre o céu e a terra,
do que possa imaginar nossa vã filosofia”.
Quem sou eu pra discutir com um mestre!
Mas gostaria de rever a tese e dizer:
“Apesar de infinitamente menor a distância,
existem mais mistérios entre o coração a razão do ser humano,
que possa imaginar nossa sensata antropologia”.
Pois vejam:
O homem pisou na lua.
A nossa tecnologia evoluiu tanto,
que fomos capazes de descobrir novos planetas e satélites.
Pusemos estações habitadas no espaço.
Recriamos em laboratório o Big Bang.
Cientistas criaram clones e genomas.
Mas o homem em si,
continua a cometer atrocidades com seus semelhantes.
Ele é tido como ser sábio, inteligente e consciente.
Recebeu em sua criação, o poder de cuidar de todos os outros seres.
No entanto não é capaz de viver social e comunitariamente.
Faz do poder a opressão.
Não difere humildade de humilhação.
Fica na dúvida entre o sim e o não.
Ignora o ter ao partilhar.
Pra sorrir outro tem de chorar.
Destrói pra construir.
Esqueceu a moral e a ética.
Confunde amor e ódio.
E desrespeita sem medo as leis de Deus
Por isso, juntos, vamos tentar descobrir,
Da razão ao coração, os seus mistérios.
Faço uso das palavras de Shakespeare para encerrar:
“To be or not to be: that's the question (Ser ou não ser, eis a questão).”
Antônio de Pádua Elias de Sousa.
22/05/10